O Dr. Louçã que, em todos os debates no Parlamento com o Primeiro-Ministro se transfigura, e, não raras vezes, se descontrola e perde a compostura mínima que se exige a um deputado da Nação, desta vez, no calor do debate, perdeu completamente o norte, e anunciou ao País aquilo que, ainda poucos dias antes, tinha jurado não fazer: o BE vai apresentar uma moção de censura ao Governo. Daqui a um mês!
Valha a verdade que, mais dia menos dia, esta era uma situação expectável... Mas vinda da Direita, à boleia e a cavalgar os resultados das Presidenciais, e não vinda da Esquerda. Mas esta esquerda à esquerda do PS não tem emenda! Prefere a Direita no Poder, está-lhe na massa do sangue, é mais forte que qualquer lógica e de qualquer raciocínio baseado em qualquer razão política que nos esforcemos por encontrar...
Mas a irresponsabilidade política do BE, que apanhou todos os restantes partidos de surpresa (acredito que até todo o BE foi apanhado de surpresa, incluíndo o Dr. Louçã quando conseguiu respirar após o anúncio) está a ter um bom acompanhamento no principal partido da oposição, o PSD. Com uma pressa de chegar ao poder, que cada vez menos consegue conter e esconder, está profundamente dividido sobre o que fazer com esta moção de censura, com muitos a acharem que devem aproveitar já. Por esse motivo, vai dando sinais contraditórios, sem assumir, como se impunha a um partido responsável num momento como este, clara e imediatamente uma decisão que ponha fim à incerteza sobre esta matéria. Não viria com isso mal nenhum ao Mundo se, por cada dia que dure essa dúvida sobre o sucesso ou não desta Moção de Censura, os ataques especulativos à Dívida Pública portuguesa não tivessem consequências absolutamente ruinosas para a Economia do País, em consequência do óbvio aumento dos juros da Dívida! Mas pedir esse sentido de responsabilidade a este PSD é pedir demais! A pressa e a ânsia de voltar ao poder cega!
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